Lombalgia

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Lombalgia

Define-se como lombalgia todas as condições de dor localizadas na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea. Ciatalgia, por sua vez, é a dor que tem início da raiz da coxa, ultrapassando os joelhos e indo, na maioria das vezes, até o pé homolateral, seguindo o dermátomo (território de L5 ou S1) acompanhada ou não de déficit motor e/ou sensitivo.

A dor lombar é importante causa de morbidade e incapacidade. As principais causas são os fatores biomecânicos, representados por causas mecânicas e posturais. Uma pequena parcela das lombalgias, no entanto, pode ser causada por doenças graves que requerem tratamento imediato, devendo seguir investigação. Dor lombar em crianças fala a favor de processos infecciosos (discites) ou tumorais. Prolapsos discais (hérnias discais) são mais comuns em indivíduos com faixa etária entre 20 e 60 anos de idade. Pacientes acima de 60 anos de idade podem apresentar lombalgia por metástase vertebral, fratura patológica ou fratura por osteoporose.

Pacientes com má postura tendem a ter mais dor lombar, assim como pacientes muito altos ou acima do seu peso ideal. Pacientes com melhor forma física e com musculatura adequada tendem a ter menos dores lombar, ao contrário dos que trabalham muito tempo na mesma posição e os que dirigem veículos pesados e carregam peso , chegando a ter, estes últimos, até oito vezes mais chance de dores na coluna lombar.

As dores de origem mecânica ou postural normalmente pioram com movimento, atividade e esforço físico, e tendem a melhorar com repouso. Vale ressaltar que uma causa de dores na coluna muitas vezes negligenciada são os colchões, uma vez que ao dormirmos, estes são os responsáveis pela nossa postura. Uma pergunta muito frequente dos pacientes é qual o melhor colchão. Não existe um modelo que seja o melhor e sim um colchão a se adequar a cada biotipo de paciente ou patologia que o mesmo apresenta, além de ser importante avaliar o desgaste e durabilidade do seu colchão.

A dor discal é a mais frequente, com pico de incidência entre 30 e 50 anos, com etiologia relacionada à desidratação e degeneração discal, onde a degeneração discal por protrusão causa instabilidade mecânica e funcional do segmento. Com o aumento da pressão sobre o disco intervertebral e deslocamento do núcleo pulposo, há estiramento da fibras colágenas do ânulo fibroso e inflamação do mesmo, que é bastante inervado, causando dor diária que se agudiza em situações de sobrecarga. A história natural da dor lombar é de melhora entre 10 a 30 dias de evolução em 75% dos casos, sendo de evolução benigna, porém com sinais de alerta para investigação como idade superior a 60 anos e inferior a 20, dor com piora noturna, febre, emagrecimento, trauma, tratamento de osteoporose, história de neoplasia, usuários de drogas, imuno-deprimidos e dor refratária a tratamento.

Nos casos onde há a hérnia discal, pode-se instalar a dor predominantemente ciática acompanhada de radiculopatia, manifestando-se no trajeto da raiz comprimida e inflamada, podendo ocorrer paresia (perda parcial da motricidade) do músculo inervado pela raiz nervosa ou parestesia (formigamento). Mais de 80% destas hérnias têm resolução do quadro álgico em um período de uma  três meses, com tratamento conservador (fisioterapia, antinflamatórios, analgésicos, relaxantes musculares, exercícios, reeducação postural, Pilates, dentre outros) e acompanhamento médico e fisioterápico. O tratamento cirúrgico está reservado aos casos de falha do tratamento conservador, como nos casos de dor persistente e sem melhora e em casos de dor forte progressiva com sinais de tensão radicular e perda progressiva de força muscular e sensibilidade ou em casos mais graves de síndrome da cauda equina (dor, perda de força muscular, urgência miccional e anestesia perineal).

Ainda como dores mecano-posturais temos a dor de claudicação neurogênica dos membros inferiores devida à estenose do canal vertebral. Os paciente em geral são idosos com dor ciática em um ou ambos os membros inferiores durante a marcha, impedindo de continuar caminhando, parando para sentar ou apenas descansar com o tronco inclinado para a frente, retornando posteriormente a caminhada e parando novamente em seguida, sendo este tratamento incialmente conservador, porém cirúrgico em casos de insucesso.

ESPONDILOLISTESE

É o escorregamento anterior de uma vértebra da coluna vertebral em relação À vertebra inferior, tendo vários graus de escorregamento, onde escorregamentos inferiores a 25% não representam grandes riscos de dores lombar, enquanto acima de 25% temos risco de sintomatologia dolorosa.

A espondilolistese de origem degenerativa é habitual acima de 40 anos com maior incidência no sexo feminino, podendo apresentar-se com dor nas panturrilhas ao caminhar ou com dor tipo ciática, semelhante a uma hérnia discal. A artrodese está indicada em aproximadamente em casos onde o tratamento conservador não surtiu efeito satisfatório, devendo o paciente ser encaminhado a um especialista de coluna ou neurocirurgião.

 

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